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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

sibilitam que a Pedagogia da Pergunta se faça presente na

escola.

O trabalho com projetos de aprendizagem possibilita

a escuta atenta das perguntas das crianças e se configura

em uma forma potente de participação de todos os envol-

vidos no ato educativo. Os projetos são construídos a partir

de curiosidades, de indagações que emergem de um sujei-

to, de um pequeno grupo ou de um grande grupo acerca

de um assunto que lhes causa interesse. Hernandez (1998)

pontua que os projetos iniciam sempre seu percurso por um

tema problema

que favorece a análise, a interpretação e a

crítica. Por isso o papel do docente comprometido com a

aprendizagem é desafiador, pois ele não mais transmite o

conhecimento, mas torna-se um mediador, consciente de

seu inacabamento (FREIRE, 1996) permite-se pesquisar, bus-

car, dialogar e aprender em cooperação.

Para compreender o problema de pesquisa, a Pedago-

gia da Escuta precisa se fazer presente no processo. A Peda-

gogia da Escuta encara o pensamento das crianças de forma

séria e respeitosa; além de tratar o saber como algo dinâmi-

co e provisório, construído a partir da relação entre sujeitos,

e não pela via da transmissão que pretende transformar o

outro como um igual ao transmissor (RINALDI, 2012).

Paulo Freire pontua que escutar vai muito mais além

da capacidade sensorial auditiva de cada sujeito. Escutar

está relacionado à capacidade de estar disponível ao ou-

tro, de falar com o outro: “Somente quem escuta paciente

e criticamente o outro, fala

com ele,

mesmo que, em certas

condições, precise falar

a ele”

(1996, p. 111 – grifos do au-

tor). Por isso é importante o professor estar atento e sensível

as crianças durante toda a etapa do processo educativo. As

crianças nos dão pistas e indícios sobre o caminho peda-

gógico a ser trilhado na escola. Escutar as crianças é falar

com elas, respeitá-las como sujeitos históricos e de direitos

(BRASIL, 2009).

Depois de levantadas as perguntas que sustentam o

projeto, que movem a curiosidade, vem a etapa da pesquisa,