Table of Contents Table of Contents
Previous Page  2344 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 2344 / 2428 Next Page
Page Background

2344

EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Desta forma, acreditamos que no encontro com as

crianças precisamos aprender a olhar a imagem do outro

não como a imagem que nossos conceitos arraigados nos

fornecem, mas como a imagem que nos olha e que nos in-

terpela. A infância exige pensar numa temporalidade para

além do tempo cronológico e demarcado da existência hu-

mana, das etapas da vida e das fases do desenvolvimento.

“A infância tem muito a ver com uma possibilidade de in-

tensificar certa relação com o tempo, de instaurar um outro

tempo” (KOHAN, 2007, p. 113).

Mas qual deveriam ser as formas de uma educação/

pedagogia emancipadora? Que perfil de ser humano a es-

cola tem formado? Estamos colaborando positivamente

para a formação de sujeitos críticos e emancipados? Que

estratégias tem utilizado a escola para dar sentido ao que se

aprende? Em que os projetos colaboram com as mudanças

de paradigmas necessárias perante o século XXI? Como a

escola da infância tem se organizado?

As respostas ainda carecem de investigação. Mas a in-

vestigação por si só não vai dar conta, pois é um investigar

que deve se pautar na experiência vivida de quem aprende,

ou seja, das próprias crianças. Nesse sentido, a escuta e a

participação são fundamentais para uma Pedagogia que se

dedique a acolher as crianças em suas indagações, por isso

se proclama a importância da Pedagogia da Pergunta. Não

temos respostas prontas e as dúvidas também nos movem

em busca de querer compreender as crianças e suas formas

de ser e estar no mundo. Mais do que respostas prontas

precisamos ter em mente que são essas e outras reflexões

que nos instigam ao desejo de mudança, pois são as dúvidas

que nos movem, nos inquietam e nos desacomodam. Sem

curiosidade não há aprendizado (FREIRE, 1996).

Neste intuito, compreendemos que trabalhar com

projetos constitui uma prática que produz conhecimento,

que põem os sujeitos da escola num processo dialógico de

construção do conhecimento, de pesquisa, de ação e de

participação ativa no processo educativo. Os projetos pos-