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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

fechadas, que temessem o enfrentamento, o desvelamento

do mundo, o encontro com o povo, rejeitariam o diálogo

pretendido com o trabalho.

Paulo Freire construiu sua história em torno da “luta

por fazer da educação uma prática da liberdade, um proces-

so de conscientização pelo diálogo, uma ação cultural em

defesa dos oprimidos, um exercício do direito ao conheci-

mento, por fazer da educação um processo de ser mais dos

homens e das mulheres [...] (SCOCUGLIA, 1999). Posicionou,

então, sua prática educativa como política e humamista,

orientada para a “transformação de qualquer situa

çã

o ob-

jetiva na qual o homem concreto esteja sendo impedido de

ser mais” (FREIRE, 1983, p. 11).

Freire propôs uma educação problematizadora, na

qual a ação deve ser compromissada com a história e ter um

caráter de denúncia e anúncio. De acordo com Freire (1987),

denúncia de uma realidade desumanizante (tanto daque-

les que roubam a humanidade quanto daqueles que a tem

roubada) e anúncio de uma realidade em que os homens

possam exercer a sua vocação de ser mais. Essa vocação é

afirmada na luta dos oprimidos pela liberdade, quando ne-

gam a negação a que foram historicamente submetidos to-

mando consciência de sua situação, se apropriando dela e,

com isso, se tornando capazes de transformá-la.

A prática educativa de Paulo Freire, assim como sua teo-

ria, foi continuamente refletida, revista e atualizada. Foi sem-

pre comprometida com a transformação da realidade, com a

luta dos oprimidos, portanto, política. Seu fazer aponta para

a inseparabilidade do ato político e do ato pedagógico. Mas,

e quanto aos educadores que dizem optar pela neutralidade?

Em Pedagogia: diálogo e conflito, Freire, Gadotti e Gui-

marães (1995) afirmaram que o educador é sempre político

e que o político é sempre educador, não fazendo sentido a

tradicional distinção entre o vencer, caraterística do políti-

co, e convencer, característica do pedagógico. Isso porque

para vencer, o político precisa recorrer ao convencimento. Já

a prática educativa, é política em todos os seus momentos