Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1264 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1264 / 2428 Next Page
Page Background

1264

EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

tos: o universo vocabular dos educandos de acordo com a

região onde produziam suas vidas e a discussão dialógica. O

método auxiliava os educandos a se tornarem conscientes

de que eram sujeitos de sua própria história (FREIRE, 2010).

O método de alfabetização de Paulo Freire foi desen-

volvido no início dos anos 1960, durante o Governo João

Goulart, quando o Brasil passava por uma fase de desenvol-

vimento industrial crescente, mas para o benefício de ape-

nas algumas camadas da sociedade. Seu método poderia

alfabetizar milhões de adultos e aumentar o eleitorado bra-

sileiro, impulsionando a democracia do país. Contudo, re-

presentava uma ameaça às forças conservadoras que pode-

riam perder seu espaço político. Com o golpe de Estado em

1964, Paulo Freire ficou preso por 72 dias e depois exilou-se

na Bolívia, que também sofreu um golpe de Estado. Foi en-

tão para o Chile, onde escreveu Educação como prática de

Liberdade em 1967, que serviu como uma aproximação do

assunto que seria central em sua próxima obra Pedagogia

do Oprimido em 1968: o oprimido e a luta pela libertação.

Em Pedagogia do Oprimido Paulo Freire deixa clara

sua opção de classe. Logo nas primeiras palavras ele de-

dica o livro “aos esfarrapados do mundo e aos que neles

se descobrem e, assim, descobrindo-se, com eles sofrem,

mas, sobretudo, com eles lutam” (FREIRE, 1987, p.12). O au-

tor entende o oprimido como uma categoria política, uma

classe que vive uma situação de opressão. Nesse sentido,

não existe neutralidade na prática educativa. Esta é um ato

político que prioriza as necessidades e interesses de classe.

Freire posiciona sua prática contra a situação de opressão,

tentando construir o seu contrário com o oprimido, isto é, a

libertação.

Pedagogia do Oprimido (1987) foi um trabalho de re-

flexão unido à prática, portanto, inacabado e em constante

reformulação e desenvolvimento. Por isso o autor o chamou

de um ensaio puramente aproximativo, com todas as suas

deficiências. Um ensaio para homens críticos, radicais, aber-

tos ao diálogo. Portanto, aqueles que assumissem posições