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Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

criadas e usadas (MIÈGE, 2012). Entendemos que estas expe-

rimentações atuam igualmente nos fazeres midiáticos, que vão

se modificando em termos de formatos, conteúdos, linguagens,

modos de circulação, modos de produção, registro, arquivamen-

to de materiais.

Na sociedade midiatizada, há um acúmulo de conheci-

mentos e de experiências relativas a estas práticas, sendo pos-

sível que saberes sobre a mídia sejam acionados, tanto na re-

cepção e circulação de conteúdos quanto na atividade crítica ou

criação e recriação de produtos. Tendo em conta que os proces-

sos sociais são constituídos pelos modos de interagir da socie-

dade, entendemos que se processam transformações na própria

experiência cotidiana da mídia, já que a circulação midiática é

parte de um fluxo contínuo (BRAGA, 2011).

O “trabalho social” sobre a mídia é contínuo (BRAGA,

2006), estando em desenvolvimento desde a criação dos primei-

ros meios de comunicação. Nos ambientes digitais, a convergên-

cia de informações privadas para o espaço público se espalha

nas conexões entre indivíduos e também retorna nas mídias de

produção profissional de conteúdo. Os comentários e os debates

sobre a mídia em ambientes digitais igualmente possibilitam ob-

servar o conhecimento sobre a própria mídia, que se revela em

posturas analíticas que levam em consideração conteúdos refe-

renciais, características dos programas/produtos, da produção

audiovisual e até mesmo das lógicas profissionais do jornalismo.

Com a intensificação da penetração da mídia na vida cotidiana,

as práticas de aprendizagem social se mesclam ao aprendizado

cotidiano da mídia.

A experiência de comentar a televisão enquanto se

assiste a um programa, ou logo após sua exibição, carrega ele-

mentos de atividades sociais, de tipos de atuação no social, da

formação educacional e se vincula às experiências precedentes

de cada pessoa. Ao mesmo tempo, o que previamente existia

como padrão de interação de crítica de mídia é tensionado. Há

outra temporalidade, e as pessoas podem até estar conectadas

ao mesmo tempo, mas é mais comum que deixem seus comen-

tários em tempos distintos, indicando traços de individualização

(MIÈGE, 2009),.