Table of Contents Table of Contents
Previous Page  210 / 346 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 210 / 346 Next Page
Page Background

Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo

expressa Liziane Guazina (2004, p. 49). Isto é feito com o ob-

jetivo de fazer referência a algum tipo de empresa de comuni-

cação, especialmente ligada ao jornalismo e ao entretenimento.

Beth Saad Corrêa (2003) associa mídia à ideia de empresa que

se relaciona com anunciantes e consumidores, que produz e dis-

tribui conteúdo, e tem estratégias que pensam um processo de

comunicação e os negócios. Parece que este entendimento está

na base da adjetivação da palavra mídia quando se faz referência

ao contexto contemporâneo e à configuração de dispositivos pe-

las TICs: “mídias interativas”, “mídias digitais”, “mídias sociais”

(como em ARANTES, 2005).

As sociedades contemporâneas constituíram as mídias

como “vasto aparato tecnológico-empresarial-cultural-profis-

sional-mítico voltado especificamente para (ou proposto ex-

pressamente como sendo para)” (BRAGA, 2011, p. 69) produzir

e fazer circular mensagens ou propostas de fruição estética ou

de entretenimento. A mídia torna-se importante lugar dos sen-

tidos compartilháveis na sociedade, tem penetrabilidade nas

interações sociais. Braga inclui na definição de mídia “os gran-

des meios audiovisuais e informáticos, mas também o jornal, o

livro e toda e qualquer forma de publicação impressa” (2011,

p. 69). Esta compreensão amplia a ideia macroempresarial, mas

mantém aspectos confirmados por outras perspectivas, como a

de Miège (2009), que observa as características técnicas e orga-

nizacionais, a definição de um âmbito profissional e de lógicas

próprias, como a programação, envolvendo produção de conteú-

do, com periodicidade, dialogando com públicos distintos.

De forma sintética, consideramos que, pela midiatiza-

ção da sociedade, as situações vivenciadas e o acionamento de

coisas fora da circunstância vivida são atravessados por proces-

sos midiáticos. Tais atravessamentos participam de um proces-

so de décadas, até mesmo séculos, em que nossas sociedades

desenvolveram práticas de informação e entretenimento de for-

ma associada ao jornalismo, romance literário, comunicação de

massas, tecnologias digitais, entre outros; trata-se de práticas

marcadas pela presença física dos meios, suas características

informativas, discursivas, e formas pelas quais nos relaciona-

mos com a mídia. As experimentações cotidianas alimentam a

produção das tecnologias e as tensionam, conforme vão sendo