Redes digitais: um mundo para os amadores.
Novas relações entre mediadores,
mediações e midiatizações
A forma utilizada por Paulo Henrique Machado (na foto
acima) para financiar a série de desenhos animados em 3D está
entre as novas práticas da cidadania, nas quais é preciso mobili-
zar os colaboradores e, sobretudo, os financiadores, para tornar
a utopia real (FLICHY, 2013).
Tal pensamento do sociólogo Patrice Flichy, ampla-
mente debatido no Seminário “Os Amadores no Mundo Digital.
Rumo a uma Nova Democracia de Competências”, denota simi-
laridade com a prática exercida pelos sócios do site Catarse, es-
paço digital onde pela primeira vez circulou o projeto idealizado
por Paulo Machado.
Ele funciona como um comércio eletrônico, no qual
amadores e profissionais ofertam suas ideias – que de alguma
maneira devem recompensar o site e a eles próprios. Assim, tor-
nam o projeto real, com a colaboração de indivíduos de qual-
quer parte do mundo. O site é uma plataforma que reconfigura
o exercício da cidadania para amadores, tanto para criadores de
ideias quanto para apoiadores. “Eu tinha essa vontade e vi que
várias outras pessoas também a tinham, em São Paulo, no Rio de
Janeiro, em Porto Alegre. Criei um blog, o Crowdfunding BR, e
conheci os outros sócios por ali” (REEBERG, 2014,
online
).
No Brasil, desde sua fundação, em 2011, o Catarse já
captou R$ 3 milhões para projetos com a colaboração de 29.529
apoiadores (FOLHASP, 2014,
online
).