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Redes digitais: um mundo para os amadores.

Novas relações entre mediadores,

mediações e midiatizações

Efetivamente o amador é aquele que desenvolve algu-

ma atividade pelo puro prazer, pela felicidade ou pela curiosida-

de de realizá-la, entendendo apenas superficial ou experimen-

talmente sua dinâmica de funcionamento. Porém, Flichy (2013)

nos alerta que o conhecimento prático detido e a vivência com

tal atividade muitas vezes fazem do amador um conhecedor

muito mais profundo do que aquele que circula no imaginário

popular, já que seu aprendizado vem de um percurso autônomo

de aquisição de competência, que lhe permite novas possibilida-

des de domínio e aprendizado do conteúdo.

Comumente pensamos no amador como sendo aquele

que realiza sua atividade sem ter a pretensão de atuar profis-

sionalmente, ou aquele que trabalha sem esperar receber pa-

gamento financeiro por sua atividade, pois o amadorismo se-

ria uma prática fora do mercado. Embora a grande maioria dos

amadores não busque remuneração para seus trabalhos, alguns

deles precisam de financiamento para concretizar suas ações.

Assim, o amador encontra dificuldades para o desenvolvimento

de projetos que precisem de um investimento inicial.

Nos últimos anos, os indivíduos interessados e apai-

xonados por determinados temas e que não necessariamente

reúnem conhecimento suficiente para avançar têm na internet

oportunidades para tornar a utopia amadorística real. Se para

alguns o espaço virtual é meramente de busca e de respostas a

questionamentos do cotidiano, para outros pode significar um

local muito interessante de aprendizado e de transformações.

A internet pode reconfigurar as lógicas de trabalho do

amador por permitir novas possibilidades de aprendizado, de

apresentação e oportunidades de negócios. “O digital transfor-

ma quando dá continuidade e aumenta ao mesmo tempo a evo-

lução anterior” (FLICHY, 2013).

Diante dos discursos complexos e dos argumentos prá-

ticos que o amador detém sobre a atividade que desempenha,

muitos sites e blogs de lojas ou outros tipos de atividades co-

merciais passam a valorizar sua expertise, estimulando críticas

de forma a enaltecer o conhecimento prático daqueles que co-

nhecem seus produtos. Sites como o Foursquare ou Trip Advisor

têm sua dinâmica de funcionamento em torno das críticas, co-

mentários e elogios dos turistas ou consumidores amadores.