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dessas máquinas era de 1 bilhão de unidades em todo o mundo e que em 2013 esse número

chegou a 2 bilhões. O Brasil, Rússia, Índia e China terão mais de 775 milhões de novos

microcomputadores em 2015. A China passará de 55 milhões de unidades em 2007 para 500

milhões em 2015 (VARIN e ROINAT, 2008).

No ano de 2010 a venda de microcomputadores de mesa ainda predominava no Brasil,

diferentemente do que acontece em outras nações. Já nos anos de 2011 e 2012 houve uma

queda na venda desse tipo de microcomputador. A proximidade de preços entre os portáteis e

os micros de mesa orienta a preferência dos usuários domésticos pelos

notebooks

, que têm a

facilidade de serem portáteis (IDC, 2014).

Meirelles (2014) na 25ª Pesquisa Anual do Uso de Tecnologia de Informação estima

que no ano de 2013, a base ativa de microcomputadores no Brasil (micros em uso) chegou a

128 milhões e que em 2014 esse número chegou a 136 milhões (2 para cada 3 habitantes). O

autor estima que em 2016 a base ativa chegue a de 200 milhões de unidades (1 para cada

habitante).

Existe uma tendência de aumento na geração de resíduos de microcomputadores até o

ano de 2020, principalmente nos países onde ainda há pouca inserção de micros, tais como

Uganda, Senegal e Índia. Na África do Sul e China, estima-se que o fluxo de resíduos de

microcomputadores aumentará em 2 a 4 vezes até o ano de 2020 (SCHLUEP

et al

., 2009).

Araújo

et al.

(2012) estimam a geração de resíduos de microcomputadores no Brasil em 0,56

kg/hab.ano em 2008, número esse, próximo ao definido por Schluep

et al.

(2009) para o

Brasil que é de 0,50 kg/hab.ano.

Segundo Schulep

et al

. (2009) o Brasil é um dos países em desenvolvimento com

capacidade de realizar a produção industrial dos processos de reciclagem de REEE,

juntamente com a África do Sul, Marrocos, México e Colômbia. Esses países apresentam

significativo potencial para adaptar tecnologias de pré-tratamento e destinação final de suas

próprias necessidades.

De acordo com Araújo (2013) a cadeia de gestão de resíduos de computadores está

dividida em três etapas: a) logística reversa; b) pré-tratamento ou tratamento primário, e; c)

tratamento secundário. A etapa da logística reversa consiste na coleta dos equipamentos em

empresas, domicílios, postos de entrega voluntária e outros. O pré-tratamento ou tratamento

primário consiste na desmontagem dos computadores e segregação das partes, módulos e

componentes. Módulos e partes que estão em funcionamento devem ser utilizados na

remanufatura de outros computadores e as partes que contém substâncias perigosas devem ser

separadas para tratamento adequado. Nesta etapa devem-se segregar as placas de circuito

impresso, que são de interesse econômico devido à possibilidade de recuperação de metais

como ouro, cobre e outros. O tratamento secundário trata-se dos processos metalúrgicos,

químicos e físicos utilizados na recuperação dos materiais dos REEEs, bem como os

processos utilizados para recuperação energética utilizando tais resíduos.

Diante desse contexto, esse artigo tem como objetivo efetuar a caracterização física de

resíduos de gabinetes de microcomputadores de mesa, bem como calcular a potencial taxa de

reciclagem destes resíduos. Conforme a Lei nº 12.305, de 02 de Agosto de 2010 que instituiu

a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em seus princípios e objetivos, são

preconizadas a não geração, redução, reutilização, reciclagem e o tratamento dos resíduos

sólidos, bem como a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Logo, faz-se

necessário conhecer melhor este tipo de resíduo, a fim de desenvolver alternativas de gestão e

de gerenciamento adequadas para este tipo de resíduo sólido.

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