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processos de reciclagem primária e secundária são conhecidos e estão largamente consagrados
e os sistemas terciários e quaternários aparecem como soluções sustentáveis. Yang
et al
.
(2013) relatam que os plásticos contêm materiais orgânicos, que depois de tratados
corretamente podem ser utilizados para produzir combustíveis ou matérias-primas químicas.
De acordo com os autores a reciclagem de matéria-prima por meio da pirólise é considerada a
rota de processamento mais promissora para o tratamento dos plásticos dos REEE que contêm
retardantes de chamas.
Araújo
et al
. (2008), efetuaram a reciclagem de cabos por meio de operações unitárias
de tratamento de minérios. Souza e Tenório (2010) utilizaram o processamento
hidrometalúrgico para recuperação de metais de sucatas de pilhas e baterias pós-consumo.
Souza, Espinosa e Tenório (2011) e Provazi, Espinosa e Tenório (2012) utilizaram o processo
de extração por solventes para recuperação dos elementos metálicos contidos em pilhas e
baterias.
A reciclagem de computadores surge como uma oportunidade de recuperação de
matérias-primas de uma forma ambientalmente saudável. O preço da sucata de metal subiu
consideravelmente nos últimos anos, devido à escassez causada pelo aumento do consumo
destas matérias-primas (VARIN e ROINAT, 2008). Isso faz com que a reciclagem se torne
economicamente viável e atraente (VARIN e ROINAT, 2008; PINHEIRO
et al
., 2009).
Segundo a USGS (2001) uma tonelada de resíduos de microcomputadores contém mais ouro
que 17 toneladas de minério bruto do ouro. No Brasil a cada tonelada de minério extraído,
sobram apenas 0,4 gramas de ouro (ABES, 2011).
4.2
MATERIAL E MÉTODOS
Instalou-se uma unidade para pré-tratamento de resíduos de gabinetes de
microcomputadores de mesa, no Laboratório de Saneamento Ambiental na Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), na cidade de São Leopoldo/RS, Brasil. Obtiveram-se os
equipamentos para desmontagem no Setor de Informática da universidade. Foram
desmontados gabinetes de microcomputadores de mesa, modelo ATX desktop, do tipo
horizontal, fabricante IBM, ano de fabricação 2002, de 5ª geração e processador Pentium 4.
Obtiveram-se os dados dos computadores descartados no ano de 2013 no setor do
Sistema de Gestão Ambiental da universidade. Agruparam-se os computadores por modelo e
ano de fabricação, após foram selecionados 5 gabinetes do modelo 8305 fabricado em
10/2002 dos 238 (deste mesmo modelo e ano) descartados em 2013. Os gabinetes
selecionados encontravam-se estocados no setor de Suprimentos da universidade, os quais
aguardavam o descarte apropriado.
A avaliação do balanço de massa foi realizada por meio de verificação visual, a qual é
a praticada nas áreas de pré-tratamento de REEE, em cada gabinete individualmente.
Desmontaram-se os equipamentos no Laboratório de Saneamento Ambiental e para isto foram
utilizadas ferramentas manuais (alicates, chaves de fenda, jogo de chaves, tesoura, formão,
dentre outras) e equipamentos de proteção individual (guarda-pó, óculos, luvas e sapatos
fechados). Para a pesagem do material utilizou-se uma balança Marca Balmak, modelo MP-
50, com capacidade de carga de 50 kg e precisão de 10 g e uma balança de precisão Marca
Bioprecisa. Efetuaram-se as medições com uma trena de metal de 5 m marca Vonder.
Executou-se a retirada dos componentes soldados das placas de circuito impresso
(PCIs) por meio da utilização de uma chapa aquecedora marca Quimis, aquecimento até
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