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4.1.1
Processos de pré-tratamento de resíduos de microcomputadores
Para reaver a matéria-prima contida nos microcomputadores, deve-se desmontá-lo
para recuperação do material, além de remover os componentes que devem ter tratamento
específico (OECD, 2003). Segundo Crowe
et al.
(2003) para efetuar o desmantelamento dos
microcomputadores devem ser seguidas as etapas de desmontagem, segregação de metais
ferrosos, metais não ferrosos, plásticos, remoção das partes com maior valor econômico e
remoção das partes que contém substâncias perigosas. Já Varin e Roinat (2008), detalham o
processo de desmontagem de gabinetes de microcomputadores. Para os autores a
desmontagem consiste em remover os diversos componentes e colocá-los em lotes
homogêneos a fim de serem recuperados pelas indústrias apropriadas. Primeiramente, retira-
se a tampa do gabinete para se ter acesso aos componentes internos e separa-se conforme o
tipo e material. Após deve ser retirada a fonte de energia e seus cabos de alimentação. Deve-
se remover o disco rígido (HD) e as PCIs (a principal é a placa-mãe). Da placa-mãe devem ser
extraídos os módulos de memória, o microprocessador e a bateria.
De acordo com Buchert
et al.
(2012) a desmontagem manual durante a fase de pré-
tratamento é necessária para melhorar a reciclagem dos REEE. Os autores também relatam
que a técnica praticada principalmente na Alemanha, onde é efetuada a trituração de
equipamentos inteiros, leva a perda de materiais críticos, principalmente dos metais preciosos,
que não são separados nesse processo. Para efetuar a recuperação desses metais é necessário
remover manualmente os componentes que possuem matérias-primas importantes.
4.1.2
Processos de tratamento secundário de resíduos de microcomputadores
Os processos de recuperação e reciclagem de REEE são complexos e requerem a
utilização de tecnologias avançadas, devido à heterogeneidade de sua composição e a
periculosidade das substâncias tóxicas neles contidas. Estes processos visam principalmente a
reciclagem dos metais e dos polímeros contidos nesses resíduos. Dentre os REEEs, as placas
de circuito impresso (PCIs) são consideradas os componentes mais interessantes a nível
econômico, devido a sua quantidade de metais (BEXIGA, 2009). Park e Fray (2009) relatam
que os metais preciosos encontrados em placas de circuito impresso representam mais de 80%
do valor inerente das PCIs, apesar da quantidade desses metais serem inferior a 1% da massa
total. Os autores expõem ainda que o ouro é o metal mais importante a ser recuperado em
placas de circuito impresso.
Os principais métodos de reciclagem de PCIs utilizados atualmente são:
processamento mecânico, hidrometalurgia, pirometalurgia e eletrometalurgia. Ainda pode-se
citar como método a biotecnologia e a combinação de métodos utilizando tecnologias
químicas e metalúrgicas A reciclagem de sucatas metálicas é importante, pois pode
representar um lucro econômico, próprio do metal, o qual é significativo em metais como
cobre, chumbo, alumínio e nos metais preciosos, tais como ouro, prata e platina. Outra
vantagem na reciclagem desse tipo de sucata é a economia de energia, pois no processo
primário da produção dos metais existe um elevado consumo de energia, o que não ocorre na
reciclagem desses materiais (VEIT, 2005). Cui e Zhang (2008) citam que os principais
métodos para recuperação de metais preciosos de REEEs são o pirometalúrgico, o
hidrometalúrgico e o biometalúrgico. Os autores mencionam a pirometalurgia como a
tecnologia habitual utilizada e que na última década a hidrometalurgia tem sido destacada.
Os plásticos contidos nos REEE correspondem a 30% do montante total dos REEE
(UNEP, 2005). De acordo com Al-Salem, Lettieri e Baeyens (2009) existem quatro maneiras
de reciclar plásticos, são elas: a) reciclagem primária (re-extrusão); b) secundária (reciclagem
mecânica); c) terciária (reciclagem química), e; d) quaternária (recuperação de energia). Os
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