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Em quase três anos de existência a empresa já realizou umas 20 campanhas de

recolhimento de aparelhos celulares. As mais rentáveis foram aquelas que tiveram um apelo

maior, como a sustentabilidade ou associado à ajuda contra alguma doença.

Por fim, o entrevistado afirmou que as pessoas só doam os aparelhos celulares usados

“por mando ou por dó”. Contudo, ressaltou que existe um potencial de crescimento muito

grande no mercado de reciclagem de REEE.

CONCLUSÕES

As questões relacionadas à gestão dos resíduos sólidos de equipamentos eletro-eletrônicos

ainda não foram corretamente equacionadas, dado que o problema emergiu em termos

recentes e a pequena atenção que lhe é dada não foi suficiente para alterar as más práticas

adotadas, de resto similares às dos demais tipos de resíduos sólidos. Um bom entendimento da

problemática é imprescindível para qualquer iniciativa que se arvore como eficiente e

sustentável.

No Brasil são realizados em escala industrial apenas os processos mecânicos para

segregação das PCI/REEE e posterior exportação. Como tema deste capítulo apresentou-se o

processo de reciclagem de equipamentos eletroeletrônicos de uma empresa em escala piloto

na região de Belo Horizonte que realiza a extração de metais preciosos a partir das

PCI/REEE. O produto final é comercializado por meio de ligas metálicas com teores de

metais variados de acordo com a demanda do mercado.

Esta empresa possui fornecedores de PCI/REEE de toda a região metropolitana, além de

várias cidades do interior de Minas Gerais e de outros estados, principalmente de São Paulo.

Isso indica a necessidade de buscar uma maior estruturação local para captação de material a

fim de otimizar a cadeia de reciclagem. Acredita-se ainda que a grande parcela dos aparelhos

celulares em desuso se encontra nas gavetas da população e que falta uma maior divulgação

para recolhimento desses materiais.

No entanto, a principal dificuldade da empresa é a falta de investimentos no seguimento

no Brasil. Outros aspectos mencionados foram a captação de material até a empresa e a mão

de obra desqualificada como os principais gargalos para a concepção do processo de logística

reversa e consequentemente a reciclagem desses materiais. Contudo, ressalta-se que existe um

potencial de crescimento muito grande no mercado de reciclagem de REEE.

REFERÊNCIAS

Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).

Resíduos de origem eletrônica Ministério da

Ciência e Tecnologia

. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2010. 55 p.

CHANCEREL, P.; ROTTER, S. Recycling-oriented characterization of small waste electrical

and electronic equipment.

Waste Management

, v. 29, p. 2336-2352, 2009.

COUTO, R. C. A.

Gestão da cadeia pós-consumo dos aparelhos celulares em Belo Horizonte

(MG).

2016. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos)

Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. 172 p.

FERNANDES, A.; AFONSO, J. C.; DUTRA, A. J. B. Hydrometallurgical route to recover

nickel, cobalt and cadmium from spent Ni-Cd batteries.

Journal of Power Sources

, 220, p.

286-291, 2012.

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