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A quinta e última etapa é o processamento das “PCI NKD” que possuem

aproximadamente 50% de cobre, metal menos valioso, e basicamente cerca de 40% de fibra

epóxi (Figura 2).

Para uma tonelada de aparelhos celulares inteiros em média de 50% do seu peso é a

carcaça plástica com a bateria. Sem a bateria, a carcaça plástica representa cerca de 40% do

peso. As PCI com componentes são aproximadamente de 30 a 40%; no entanto, vários

componentes como os vibradores, microfone, autofalante, entre outros, não são processados.

Após remoção desses componentes, as PCI com os

chips

representam 20 a 25%, ou seja, para

uma tonelada de aparelhos celulares tem-se em média 200 a 250kg de PCI com

chips

.

De acordo com o proprietário, o principal metal a ser extraído das PCI é o ouro,

seguido por prata, paládio e cobre. São extraídas cerca de 800 gramas de ouro por tonelada de

PCI com

chips

. Ele afirmou que a maior concentração dos metais preciosos (80%) está

presente nos

chips

das PCI. Na PCI NKD extrai-se cerca de 50% de cobre do seu peso.

O processo de extração dos metais nobres utilizado pela empresa é o hidrometalúrgico.

A ordem de extração ocorre por prioridade dos metais: primeiro o ouro, em seguida em

volume é a prata, depois o paládio e por último o cobre. A perda do processo de reciclagem

dos aparelhos celulares até o final de 2015 estava na faixa de 15%. Essa perda acontece

princip

almente nas etapas térmicas de processamento dos componentes das “PCI

cell

”, que

contêm aproximadamente 80% dos metais nobres. O proprietário tem buscado minimizar as

perdas do processo com o reprocessamento de alguns materiais que são estocados por até seis

meses.

Os principais acessórios que chegam até a empresa são os carregadores dos aparelhos

celulares. Estes materiais são comercializados com outra empresa que realiza a separação do

cobre dos fios e paga 30% do valor cometido.

As baterias que chegam à empresa geralmente são dos aparelhos celulares coletados

através de campanhas. Ademais, é um volume pequeno que costuma chegar e elas estão sendo

acondicionadas. De acordo com o proprietário, existe também a ideia de reciclar as baterias

dos aparelhos celulares. Ele afirmou ainda que já realizou testes para recuperação de níquel e

lítio, mas a escala de recebimento de baterias precisaria ser muito superior ao que foi no ano

de 2015 e o alto investimento inicial para montar uma planta para processar esse material era

inviável naquel momento. Para que fosse viável reciclar as baterias seria preciso que a

empresa recebesse cerca de 3 a 4 toneladas/mês.

Quando questionado se a evolução dos aparelhos ou a variabilidade dos modelos

poderia afetar o processo de reciclagem o entrevistado fez o seguinte comentário:

“É o seguinte, celular é igual vinho, quanto mais velho mais ouro,

entendeu? Vinho, quanto mais velho melhor. Celular, quanto mais velho

melhor, em questão de teor de metais. Então cê (sic) pega um celular da

década de 90, costumava ter 10g de ouro num celular, aqueles Ericson

antigos, tinha procura. Aquilo é uma mina de ouro ali dentro. Eu digo que o

tempo foi passando, foi diminuindo, foi compactando, compactando. Hoje cê

(sic) tem celulares aí, extremamente com o essencial. Hoje a média do

celular é 0,04 gramas de ouro por celular (Proprietário)”.

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