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a 2002. Os programas de coleta seletiva para resíduos orgânicos destinados à compostagem

atenderam mais de 2,7 milhões de residências, em 2013 (USEPA, 2015).

Por mais de 20 anos, em Nova Iorque, o Departamento de saneamento da cidade

(DSNY) promove um programa de compostagem, treinando e dando apoio os moradores.

Assim, muitos nova-iorquinos, há muito tempo, recuperam os resíduos de jardim e alguns

restos de comida em seus quintais, efetivamente removendo esse material do fluxo de

resíduos. Na primavera de 2014, o Projeto apoiou mais de 237 locais de compostagem

comunitária, localizados em hortas e centros comunitários, escolas e complexos de

apartamentos. Estes locais reciclaram coletivamente cerca de 573 toneladas de resíduos

orgânicos em um ano (GARCIA, 2015).

Os municípios brasileiros, por sua vez, têm historicamente implementado ou

incentivado a compostagem em diferentes épocas e com diferentes objetivos, sendo no

entanto muitas dessas iniciativas abandonadas posteriormente. Algumas delas persistiram,

mas não foram ampliadas ou incluídas oficialmente nos planos municipais de gestão de

resíduos.

A versão preliminar do Plano Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos - PLANARES

(MMA, 2012) ressalta que os resíduos orgânicos, por não serem coletados separadamente,

acabam sendo encaminhados para disposição final, juntamente com os resíduos domiciliares.

Essa forma de destinação gera, para a maioria dos municípios, despesas que poderiam ser

evitadas, caso a matéria orgânica fosse separada na fonte e encaminhada para um tratamento

específico, por exemplo, via compostagem. Do total estimado de resíduos orgânicos que são

coletados no país (94.335,1 t.dia

-1

), somente 1,6% (1.509 t.dia

-1

) é encaminhado para

tratamento via compostagem.

Embora na situação da compostagem haja diferenças significativas entre as cidades

vale notar que as iniciativas são mais fruto de vontade pessoal (de algum dirigente mais

atuante e sintonizado com a problemática ambiental) que da adoção de alguma política local

explícita

e entre os estados, a situação nacional não é boa: diante da riqueza que os resíduos

orgânicos têm, o que é feito para sua valorização, sob qualquer forma, é bastante restrito.

Na década de 90, Belo Horizonte iniciou um Programa de Compostagem, associado a

coleta seletiva de resíduos orgânicos, pioneiro no Brasil e, se esperava sua ampliação

progressiva. No entanto, as taxas de reciclagem desses resíduos sempre foram muito

acanhadas (ver Figura 1 abaixo), frente ao seu potencial e, ademais, é frequentemente,

ameaçado por gestões de governo, que não o veem como estratégico e útil para a gestão dos

resíduos no município.

O município de Belo Horizonte possui uma área de 331km

²

, com população estimada

em 2.513.451habitantes (IBGE, 2016). Tem sua gestão de RSU reconhecida em nível

nacional há anos

8

, embora seus números mais positivos estejam estacionados há anos em

patamares acanhados quando se analisa sob a óptica de uma gestão de RSU digna deste nome.

8

A cidade há mais de 20 anos tem coleta seletiva (dos principais materiais: vidro, plástico, papel e alumínio) com

menos de 1% em média de recuperação, em grande parte graças aos catadores; tem reciclagem de resíduos de

construção civil (com 34 Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes e duas estações de reciclagem, com

funcionamento bastante irregular); apoia as associações de catadores, mesmo se de modo decrescente; tem

iniciativas episódicas de educação ambiental; tem promulgado leis e atualizado regulamentos de uma maneira

articulada sobre o tema mas que demoram a ser observados; cobra taxa de limpeza pública que paga quase

metade dos custos.

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