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ANÁLISE DA VIABILIDADE DE PROCESSO DE COMPOSTAGEM

EM BELO HORIZONTE

(

VALÉRIA CRISTINA PALMEIRA ZAGO,

RAPHAEL TOBIAS DE VASCONCELOS BARROS)

Resumo:

Este capítulo aborda a situação do processo de compostagem em Belo Horizonte

(MG) desde as primeiras iniciativas até meados da década de 2010, e apresenta algumas

reflexões que possam fomentar uma discussão mais abrangente sobre o futuro da gestão de

resíduos orgânicos no município. Versa sobre a importância de se considerar a compostagem

como uma tecnologia em prol da melhoria da gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU), de

maneira sustentável. O processo de compostagem é uma tecnologia facilmente adaptável a

diferentes locais e escalas, podendo ser doméstica, comunitária, institucional, comercial e

industrial. No entanto, é extremamente mais eficiente quando dentro de um plano de gestão

integrada e sustentável, que pense a prevenção e a redução da produção de resíduos sólidos; a

separação diferenciada e a coleta seletiva dos orgânicos; a integração com políticas públicas

de ordenamento do solo, agrícolas e ambientais, além do fomento ao mercado e ações de

educação ambiental. No entanto, a participação dos munícipes num cenário de maior controle

de impactos ambientais tem que ser necessariamente mais determinada e intensa. Em Belo

Horizonte, apesar da existência de um Programa de Compostagem desde a década de 90 do

século passado, poucos foram os avanços até o ano de 2017, em grande parte devido ao

descaso político das gestões administrativas ulteriores.

Palavras-chave:

gestão de resíduos sólidos orgânicos, valorização, caso de Belo Horizonte

12.1

INTRODUÇÃO

A Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS) não define o que são “resíduos

orgânicos”, porém preconiza a valorização da fração orgânica, da mesma forma, como

daqueles resíduos já reconhecidamente aceitos no mercado (plásticos, metais, papéis e vidros,

etc

). Assim é que tecnologias como a compostagem, a digestão anaeróbica e o aproveitamento

energético estão relacionadas no rol das atividades de destinação final ambientalmente

adequada. Dado o caráter federativo do país, a sinalização da valorização dos resíduos

orgânicos deve influenciar as normativas dos estados e municípios.

Globalmente, cada vez mais, as cidades estão olhando para iniciativas de

compostagem como um mecanismo para desviar os resíduos orgânicos dos aterros

em

países europeus é proibido aterrá-los - de uma maneira que seja rentável, sustentável e

responsável (UN-

Habitat

, 2010). Ou seja, a compostagem já está definitivamente incorporada

na gestão dos RSU. Em cidades canadenses, por exemplo, o material orgânico direcionado

para as instalações de compostagem urbana comercial é um grande negócio(BLAKEWAY,

2013).

O relatório sobre resíduos sólidos referentes ao ano de 2013, publicado pela Agência

de Proteção Ambiental (EPA), dos Estados Unidos, descreveu uma taxa de reciclagem de

resíduos de alimentos e de jardins no país de 5% e 60,2 % em relação ao total de resíduos

gerados e taxas crescentes anualmente desde 1990. Cerca de 3.560 programas de

compostagem comunitárias foram documentados em 2013, um aumento de 3.227 em relação

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