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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)

PENSAR O ENSINO DE MATEMÁTICA PELA

PERSPECTIVA DA ETNOMATEMÁTICA

A Etnomatemática é uma linha teórica que está situa-

da dentro da Tendência Socioetnocultural e propõe o reco-

nhecimento dos conceitos matemáticos informais, construí-

dos ao longo da trajetória de vida dos sujeitos envolvidos

através de suas experiências (D’AMBRÓSIO, 2002). O nome

Etnomatemática é uma construção, que busca enfatizar as

diferentes maneiras de fazer e aprender Matemática. Para

isso, D’Ambrosio (2010, p. 111) propõem o estudo etimo-

lógico da palavra “[...] utilizei as raízes tica, matema e etno

para significar que há várias maneiras, técnicas, habilidades

(tica) de explicar, de entender, de lidar e de conviver (mate-

ma) com distintos contextos naturais e socioeconômicos da

realidade (etno)”.

Na mesma linha de raciocínio de D’Ambrósio, Brandão

(2006) afirma que uma educação de cunho popular parte do

reconhecimento pautado em práticas que valorizem a his-

tória de vida dos sujeitos envolvidos no processo educativo,

requerendo uma postura investigativa dos educadores em

relação aos conhecimentos prévios dos educandos. Em con-

sonância D’Ambrósio coloca “toda atividade humana resulta

de motivação proposta pela realidade na qual está inserido

o indivíduo através de situações ou problemas que essa rea-

lidade propõe [...]” (1998, p. 6).

Desta forma a proposta pedagógica procura a valo-

rização dos conhecimentos matemáticos adquiridos fora

do ambiente escolar, o que não significa o desprezo pela

Matemática acadêmica. É proposta a união dos diferentes

tipos de saberes, pois assim estará promovendo o desen-

volvimento da Matemática local e global. Sobre a proposta

pedagógica D’Ambrosio relata:

A proposta pedagógica da etnomatemática é fazer

da matemática algo vivo, lidando com situações

reais no tempo [agora] e no espaço [aqui]. E, atra-

vés da crítica, questionar o aqui e agora. Ao fazer

isso, mergulhamos nas raízes culturais e praticamos