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1832

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

diferentes instituições de Ensino Superior no estado do Rio

Grande do Sul, tem se realizado de modo bastante autoral.

Dimensão autoral que se revela, entre outros aspectos, na

diferenciada proposição dos eixos temáticos para a apre-

sentação de trabalhos em cada edição do evento. Ao che-

garmos no marco de duas décadas do mesmo evento, esta

é uma questão que merece ser analisada.

Por isso, com esta Carta Pedagógica pretendo, num

primeiro momento, chamar atenção para a importância

de analisarmos a historicidade do Fórum no que se refe-

re à proposição dos eixos temáticos. Ou seja, trata-se de

um convite para revisitá-los, exercendo nossa rigorosidade

metódica para subsidiar a reflexão, porque, freireanamente,

“O importante, não resta dúvida, é não pararmos satisfeitos

ao nível das intuições, mas submetê-las à análise metodica-

mente rigorosa de nossa curiosidade epistemológica” (FREI-

RE, 1996, p. 51).

Neste caso, a proposição da rigorosidade

metódica diz respeito ao "compromisso de estar sendo um

espaço de afirmação, cultivo e ampliação das ideias de Paulo

Freire" (FREITAS, GHIGGI e CAVALCANTE, 2011), como se ex-

pressa na

Carta Compromisso

que marca nossa itinerância.

Aliás, ao falar sobre itinerância e rigorosidade metódi-

ca, faço aqui um parêntese para compartilhar algo que me

chamou atenção. Fui procurar o termo itinerância em um

dicionário eletrônico da língua portuguesa e “nenhum re-

sultado foi encontrado”; também no Dicionário Paulo Freire

não se encontra a referida itinerância como um de seus ver-

betes. Mas há um lindo verbete, escrito pelo professor Car-

los Rodrigues Brandão, que vale a pena ser lembrado neste

momento, andarilhagem, sobre o qual ele afirma:

Somos humanos porque aprendemos a andar. So-

mos humanos porque aprendemos a pendular en-

tre um "estar aqui" e um contínuo "partir", "ir para".

Entre os que andam, viajam e vagam, há os que se

deslocam porque querem (os viajantes, os turistas),

os que se deslocam porque creem (os peregrinos,

romeiros), os que se deslocam porque precisam (os

migrantes da fome, os exilados) e há os que se des-