Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
Sul, a práticas típicas do cenário local. No entanto, há também
um atravessamento dessas culturas nos conflitos, através de po-
sicionamentos etnocêntricos de alguns membros, por exemplo,
que restringem as possibilidades de cidadania comunicativa e
cultural na comunidade (COELHO, 2014). Por outro lado, a hos-
pitalidade gaúcha é um elemento marcante em CS POA, median-
do as interações e potencializando a cidadania no âmbito da
comunidade. Em relação à cultura da hospitalidade, analisamos que,
apesar de algumas limitações, a hospitalidade está fortemente
presente na cultura da comunidade. É difícil achar uma predis-
posição a acolher desconhecidos hoje, nas grandes cidades, mas
é algo que se encontra enraizado em algumas culturas e que
está sendo potencializado por meio do
Couchsurfing
. A hospi-
talidade é praticada por todos – em maior ou menor grau – na
comunidade.
No entanto, Camila ressalva que a acolhida ocorre de
maneira diferente, porque em vez de sentir pena do sujeito que
está longe de sua família, ele é visto como alguém que pode dar
um retorno:
[...] no CS, eu acho que é muito mais com a intenção
de tomar algo que o estrangeiro pode te dar. Como
“ah, ele vem de outro país, quero saber, quero que
me conte, quero aprender coisas”. Acho que não é
pra falar ‘pobre, tá longe da sua família’, não, nada
disso, é mais por interesse, por querer saber, por
curiosidade (Camila, 38 anos).
A hospitalidade nas interações de CS POA não seria res-
trita à hospedagem propriamente dita:
Eu gosto muito de conhecer pessoas e acredito que
o pessoal do CS também goste muito de conhecer
pessoas diferentes, porque aqui a gente convive só
com pessoas que, querendo ou não, têm a mesma
cultura que a gente, que fazem várias coisas pare-
cidas, que falam do mesmo jeito e a gente aprende
muita coisa com quem vem de fora e com quem
é diferente de nós. E eu particularmente gosto