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FLUXO DA GERAÇÃO DOS RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS

EM BELO HORIZONTE E REGIÃO (

RENATO DE CARLI ALMEIDA

COUTO CINTHIA VERSIANI SCOTT VARELLA RAPHAEL TOBIAS DE

VASCONCELOS BARROS)

RESUMO:

O trabalho tem por objetivo analisar os principais fluxos de Resíduos de

Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE) em Belo Horizonte (MG) e região, a partir da

identificação e caracterização dos atores que estão envolvidos nos processos a que os REEE

são submetidos, segundo aspectos técnicos, socioambientais e econômicos. Foram realizados

levantamentos de dados iniciais a partir dos autores identificados por meio da revisão de

literatura, onde foi possível através das indicações destes (técnica bola de neve), de entrevistas

(com roteiro de entrevista semi-estruturada) realizadas por meio de contatos telefônicos e de

visitas técnicas conhecer novos atores inseridos neste contexto. Foram levantadas também

informações complementares em sítios eletrônicos relacionados aos atores que fazem parte de

alguma etapa da cadeia dos REEE. Essas informações foram armazenadas em um banco de

dados e sistematizadas. Os resultados foram apresentados e discutidos através de fluxogramas.

Verificou-se que em Belo Horizonte não existe um sistema formal de gestão dos REEE,

embora exista um mercado incipiente que recupera parte desses materiais. O fato de o

mercado reger a recuperação dos REEE traz algumas consequências para o sistema: limita a

quantidade de REEE reciclada e os materiais contaminantes, como as baterias dos celulares,

“desaparecem” no processo de reciclagem, pressupondo

-se que estão sendo descartadas de

maneira inapropriada. Conclui-se, portanto, que os REEE, até por seu eventual componente

de perigo, enquadram-se numa categoria que exige uma gestão mais aprimorada, ainda que o

mercado não precifique esta iniciativa a contento.

PALAVRAS-CHAVE:

Gestão de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos, Fluxograma,

Atores, Belo Horizonte e região.

5.1

INTRODUÇÃO

A gestão de Resíduos Sólidos (RS) exige equacionamento de vários componentes. Isto

preocupa pelo reflexo direto no meio ambiente, uma vez que a redução dos preços de venda, a

evolução tecnológica e a diminuição do tempo de vida útil dos equipamentos eletroeletrônicos

têm ocasionado maior geração de resíduos e, por conseguinte uma maior demanda na extração

dos recursos naturais (BARROS, 2012). Belo Horizonte (MG), com 335 km², população de

2.412.937 habitantes (IBGE, 2014), com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de

0,839, tem um mercado de consumo desenvolvido e com elevado potencial de geração de

REEE.

Franco e Lange (2011) prognosticaram para o município uma geração potencial de

136.341 toneladas de resíduos entre os anos de 2012 e 2023 (portanto, por volta de 11.361

t/ano), considerando apenas os telefones celulares, televisores e computadores. Já Barros

et al

.

(2014), com base nos dados do CMRR (2010), estimaram que foram gerados em Belo

Horizonte e região, em 2014, aproximadamente 9.052 t/ano de REEE, considerando os

mesmos equipamentos (telefones celulares, televisores e computadores). Estes números

traduzem uma realidade subestimada

e, nesta comparação, com uma diferença da ordem de

20% na geração anual -, uma vez que a geração de REEE é muito superior, justificado pelos

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