Table of Contents Table of Contents
Previous Page  433 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 433 / 2428 Next Page
Page Background

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

433

EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:

RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

A Educação do campo se coloca em luta pelo aces-

so dos trabalhadores ao conhecimento produzido

na sociedade e ao mesmo tempo problematiza, faz

a crítica ao modo de conhecimento dominante e

à hierarquização epistemológica própria desta so-

ciedade que deslegitima os protagonistas originá-

rios da Educação do campo como produtores de

conhecimento e que resiste a construir referências

próprias para a solução de problemas de uma outra

lógica de produção e de trabalho que não seja a do

trabalho produtivo para o capital (CALDART, 2009.

p. 38).

Assim, a Educação do Campo nasce como ferramenta

de conscientização e fortalecimento dos que não são ouvi-

dos na sociedade do capital. Entendemos que a Educação

do Campo, assim se coloca, porque nasce no bojo da luta e

reivindicação dos próprios sujeitos que a constitui por meio

de movimentos organizados. Entre eles o de maior destaque

na luta pela educação é o MST (Movimento dos Trabalhado-

res Sem Terra ou Movimento Sem Terra).

Por força da luta organizada, por uma outra educação

para os trabalhadores, que não seja a educação voltada para

as habilidades e competências demandadas pelo mercado

capitalista de trabalho, ou no caso do campo, demandada

pelo agronegócio, nos anos de 1990 A LDB 9394/96, espe-

cifica, embora ainda timidamente e apenas a oferta da edu-

cação básica para a população rural, assegurando que cabe

aos sistemas promoverem as adaptações necessárias à sua

adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região.

Na sequencia, temos a a elaboração das “Diretrizes

Operacionais para a Educação do Campo”, mais tarde a Re-

solução nº 2, de 28 de abril de 2008, que estabeleceu as

“diretrizes complementares, normas e princípios para o de-

senvolvimento de políticas públicas para a Educação Básica

do Campo”. Estes documentos, representaram e represen-

tam, o reconhecimento do Estado sobre a legitimidade da

educação do campo, e, por sua vez, da necessidade de que

exista um projeto educacional voltado ao desenvolvimento

dos homens e mulheres do campo.