Table of Contents Table of Contents
Previous Page  2382 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 2382 / 2428 Next Page
Page Background

2382

EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

cos em relação às questões de gênero. Por meio do trabalho

pedagógico, podemos transmitir a valorização da equidade

entre os gêneros e a dignidade de cada um. Compreendemos

que, na sociedade, não existem índices para medir a homofo-

bia, o que “na verdade há é um desejo em eliminar e excluir

aqueles que contaminam o espaço escolar. Há um processo

de expulsão e não de evasão” (BENTO, 2008, p. 129).

Em contrapartida, as práticas desenvolvidas por edu-

cadores estão – de certa forma – contextualizadas por po-

líticas educacionais, que não se dobram de forma exclusiva

à reprodução das orientações explícitas nas normatizações

oficiais. Por vezes, influenciadas à convivência familiar e

pelos meios de comunicação, os mecanismos de produ-

ção, considerados por Fernandes (2008) como reprodução

e consumo das ideologias vigentes, diferem os espaços de

socialização. Tais afirmações são corroboradas quando se

apresenta as discussões sobre as representatividades de

sexualidade, veiculadas no final dos anos 1990 e início dos

anos 2000 (STAMPF, 2003).

Nesse sentido, Freire (1996) questiona a função de

educador autoritário e conservador, que não permite a

participação e integração dos educandos, suas curiosida-

des, insubmissões, bem como as suas vivências adquiridas

no decorrer da vida e no seu meio social. Coloca vários ar-

gumentos em prol de um ensino mais democrático entre

educadores e educandos, tendo em vista que somos seres

inacabados, em constante aprendizado e transformações.

Dar significância às relações de diferenças no espa-

ço escolar requer atenção à variedade e a maneira como

se produzem os significados dos comportamentos. Cons-

truções diferenciadas, como diversidade de gênero, apre-

sentam questões contextualmente existenciais, resultando

na desigualdade e nas diferenças exploradas pela opressão

do igualitarismo, apontado pelas formas “democráticas” de

relacionamentos em sociedade. Ou melhor, “não se trata de

identificar o estranho como o diferente, mas de pensar que

estranho é ser igual” (BENTO, 2008, p. 131-132).