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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1977

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

um fundo irreal de permanência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Freire aponta a educação para a cidadania, para a

autonomia, fundamentada enquanto pensamento crítico

como uma forma de combater as desigualdades sociais e

instituir uma esfera de educação baseada na partilha, na

construção coletiva. Racniere, por sua vez, vê no empobre-

cimento ideológico da sociedade uma fonte de restrição de

possibilidades do sentir, um processo de sujeição da indivi-

dualidade a uma oligarquia superior que determina aquilo

que pode ser sentido e partilhado. Os entendimentos da so-

ciedade, analisados temporalmente tão distantes, se tocam,

e reverberam uma necessidade de repensarmos sobre estas

questões, em especial o papel da educação e do que educa-

mos, para quem educamos. Muito particularmente, no caso

deste estudo, há o problema das vozes hegemônicas con-

tando uma história do cinema brasileiro de maneira em que

suas próprias sensibilidades estão cerceadas e impedidas

de serem partilhadas nas sua potência histórica mais ampla,

talvez seja o momento de revisarmos estes entendimentos

históricos e darmos uma voz mais protagonista para aquelas

e aqueles que acabam sendo silenciados por tradições não

questionadas, políticas de ensino que apenas replicam dis-

cursos e vivências que acabam deslegitimadas pelo próprio

discurso histórico.

Se a pergunta inicial era “como as aproximações e

afastamentos entre Paulo Freire e Jacques Ranciére auxiliam

na compreensão do contexto historiográfico para o ensino

de História do Cinema Brasileiro” torna-se evidente que a

resposta não se encerra nesta discussão, o exercício refle-

xivo sobre o papel da educação, sua sistematização, impac-

tos e organizações deve estar sempre no horizonte de edu-

cadores e educandos. Revisitar os métodos, bibliografias,

questionar os conhecimentos já consolidados é a única ma-

neira de continuamente aferir se não estamos perpetuando

alguma injustiça, ou, como dito anteriormente, colocando