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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 2 – PAULO FREIRE:

MEMÓRIA,

REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO

do que atenda as demandas desses povos levando sempre

em consideração seus costumes e respeitando suas crenças.

A EDUCAÇÃO QUILOMBOLA: LIMITES E DESAFIOS

As comunidades quilombolas são testemunhas vivas

da resistência centenária das populações descendentes de

africanos contra a escravidão. Elas são um patrimônio cul-

tural de todo o povo brasileiro. Diante desse cenário de luta

para garantir os direitos civis do povo quilombola é que

surgem as reivindicações pela educação escolar quilombola

enquanto política nacional. A luta pela garantia dos direitos

quilombolas é histórica e política e abrange uma dimensão

de muitos anos de resistência, onde os negros buscavam o

quilombo como possibilidade de se manterem física, social

e culturalmente.

Após a abolição da escravatura, a luta pelos direitos

quilombolas se uniu às lutas da população negra de modo

geral, formando um grande e forte movimento organizado

durante o século XX e XXI. Consequentemente, a luta pelos

direitos quilombolas se tornou muito importante do ponto

de vista político e organizativo que é a constituição do mo-

vimento quilombola, com suas especificidades em relação

ao movimento negro. A Constituição de 1988 se tornou um

mediador e seu conteúdo reconheceu que o Brasil é um Es-

tado pluriétnico, ao afirmar que há outras percepções e usos

da terra para além da logicidade de terra privada e ao reco-

nhecer o direito à manutenção da cultura e dos costumes às

comunidades e povos (BRASIL, 1988).

O acesso à educação no Brasil na década de 30, era per-

mitido a um pequeno grupo, onde a escola vem de um passa-

do recente elitista, no qual os menos favorecidos não tinham

direito e muito menos acesso à educação. Não havia nenhum

tipo de reintegração desses sujeitos e nenhuma política que

garantisse seus direitos, principalmente da população negra a

qual havia sido escravizada durante o século XIX.

Um dos avanços que se teve na década de 40, foi a

criação da CLT (Consolidação das leis trabalhistas), onde os