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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1787

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

e da necessidade de mulheres e homens educarem-se com

base no respeito à diversidade para que então se construa

uma sociedade mais igualitária. Nesse sentido, a contribui-

ção de Paulo Freire está no fato de que educadoras e edu-

cadores coerentes pensam, não no sentido de considerar

que o que pensam é uma verdade absoluta e inquestioná-

vel, mas sim no exercício da prática de desafiar educandas e

educandos a produzir outras visões sobre o que vem sendo

comunicado e que donas (os) de sua autonomia entendam-

-se como sujeitos históricos e sociais.

Diante da situação observada pela professora na sala

de aula, planejou-se para as aulas um trabalho com uma

canção de

Rap

e um texto de apoio que abordava o conceito

de feminismo e uma breve contextualização histórica sobre

o movimento feminista. A canção escolhida foi a obra intitu-

lada “Respeita as Mina” de autoria de Kell Smith que aborda

a liberdade feminina, situações vivenciadas pelas mulheres e

o feminismo atualmente. Após a leitura conjunta do texto de

apoio, escuta da música e análise da letra, o grupo reuniu-

-se em uma roda de conversa para discutir e dialogar sobre

as temáticas presentes na canção e sobre possibilidades de

modificar essas realidades.

Nos relatos dessa etapa, analisou-se uma participação

mais efetiva das educandas que relataram que a violência

está presente nos padrões de roupas ditas adequadas, nos

comportamentos aceitos como corretos; de muitos homens

não saberes respeitar o “não”; no processo de inferioriza-

ção das mulheres; nas agressões físicas e psicológicas. Além

disso, alguns depoimentos das educandas sinalizaram que

essas situações são frequentes dentro da escola e muitas ve-

zes consideradas normais. Nesse sentido, Katia Pupo (2007)

sinaliza que a os espaços escolares refletem o sexismo pre-

sente nas sociedades e acabam reproduzindo continua-

mente estruturas que reforçam a opressão e a construção

de identidades sexuais de meninas e meninos, nas quais as

meninas devem obedecer a padrões pré-determinados de-

legando a elas condições de subalternidade.