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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

go do diálogo percebeu-se que a turma ficou surpresa com o

alto índice da violência e agressões das quais as mulheres são

alvo. Um dos relatos feitos por uma estudante marcou muito

esse momento: “sabe professora o meu avô batia muitas ve-

zes na minha avó e falava coisas horríveis, um dia meu ex e

eu discutimos e ele me ameaçou dizendo que ia me quebrar

toda por causa de umas mensagens no Facebook e parece

que eu era a minha avó no presente, fiquei com raiva e man-

dei ele embora [...] ele continuou me ameaçando por mensa-

gens por um bom tempo, mas só agora é que cai na real que

aquilo era uma doença” (DIÁRIO DE CLASSE, 2017) .

O relato dessa estudante levou o restante do grupo a

se posicionar tendo esta situação como ponto de partida, o

que consequentemente proporcionou outras falas que sina-

lizaram, por um lado a não aceitação e denúncia de tais si-

tuações, e por outro o discurso já enraizado de culpabilida-

de da vítima e intolerância ao feminismo “tem muita mulher

que apanha porque gosta, o cara espanca e mesmo assim

ela volta e eu acho que isso já é falta de vergonha na cara

[...]” (DIÁRIO DE CLASSE, 2017).

Em outro momento do diálogo um dos estudantes ex-

pressou o seguinte pensamento “eu acho que as mulheres

têm que ter direitos iguais, mas essas feministas são tudo

louca porque são a favor do aborto e aqui em Pelotas teve

umas que fizeram um protesto ridículo numa Universidade

e ficaram mijando na rua [...]” (DIÁRIO DE CLASSE, 2017).

Em resposta a esta fala outra estudante defendeu seu po-

sicionamento dizendo que “a gente precisa do feminismo

porque vocês homens não são assediados em todos os lu-

gares, a gente sofre com estupro, com salário baixo, com

violência e ainda temos que ficar quietas [...] o feminismo

é para nos ensinar o valor da nossa luta e se dizem a favor

de igualdade, mas nos expõem na rodinha de amigos e nos

esculachando [...]” (DIÁRIO DE CLASSE, 2017).

A professora de História mediou o diálogo salientando

a importância da luta histórica das mulheres, de como certos

estereótipos distorcem a visão que se tem sobre feminismo