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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 8 – PAULO FREIRE E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS)

Assim, ao realizarmos experiências nas redes sociais

de relação, com o outro e com o mundo, elaboramos e re-

criamos o nosso mundo interior; vamos construindo nossa

biografia pessoal, a identidade. Por isso, podemos dizer que

a subjetividade dos sujeitos “constrói-se integrando-nos

num processo de expansão de experiências partilhadas, de

tal modo que cada indivíduo, utiliza parte do que outros vi-

ram, acreditaram, sentiram e disseram sobre o mundo” (SA-

CRISTÁN, 2002, p.46).

Desse modo, a educação dentro da escolarização ne-

cessita instigar, sobretudo, a escuta, a conversa, o diálogo e

os debates para promover vivências e experiências subjeti-

vas e intersubjetivas de transformação. Concebemos, como

Sacristán (2002, p. 54) que “as pessoas mudam pelo simples

fato de estarem com outras, porque afinal a nossa vida é

vivida com elas e, no fundo, nós somos o resultado daqui-

lo que conseguimos fazer com as possibilidades oferecidas

pela nossa existência com os outros”.

Assim, podemos também, nos apropriar dos estudos

de Freire (1996), especialmente, no recorte sobre a Peda-

gogia da Autonomia, na qual propõe refletir: que “não há

docência sem discência”, que “ensinar não é transferir co-

nhecimento” e que “ensinar é uma especificidade humana”.

A formação necessita estar na vida do formador du-

rante toda a sua trajetória formativa. Não há como falarmos

em processos diferenciados no ato pedagógico, se no pri-

meiro momento, não nos voltamos a compreender como

nos constituímos como educadores. Tal postulado também

é reflexionado por Josso, quando faz referência aos proces-

sos autoformativos.

Nessa perspectiva, afirma Freire (1996, p. 12):

É preciso que, pelo contrário, desde os começos

do processo, vá ficando cada vez mais claro que,

embora diferentes entre si, quem forma se forma

e re-forma ao for-mar e quem é formado forma-

-se e forma ao ser formado. É neste sentido que

ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos

nem forrar é ação pela qual um sujeito criador dá