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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)

ber que ao longo dos anos essa participação foi mudan-

do no seu sentido e na forma de se participar. Além disso,

quando estamos participando, estamos também nos edu-

cando e somos co-participantes da participação e do con-

trole de recursos.

Um povo que efetivamente participa dos destinos

do seu país se educa e educa também o próprio go-

vernante pela vigilância que exerce sobre suas rea-

lizações de caráter público. Assim, torna-se co-par-

ticipante pela participação e controle dos parcos

recursos públicos disponíveis (WEYH, 2011, p. 63).

Participar não é um produto final de uma caminhada,

mas sim pode ser visto como um processo que só pode ser

aprendido participando. Essa temática surge da necessidade

que reivindica a democracia e a construção participativa. Na

América Latina houve por muito tempo o que Freire chamou

de cultura do silêncio, na qual as pessoas não podiam di-

zer sua palavra e se manifestarem como cidadãos políticos,

sem poder interferir na realidade que os cercavam (OSO-

WSKI, 2010). O ato de dizer sua palavra é um instrumento

político-pedagógico e anunciando o que pensamos sobre

o contexto em que vivemos, rompendo desta forma com

a cultura do silêncio imposta de forma hegemônica pelas

classes dominantes.

Durante o grupo de discussão em que participantes do

sistema, representantes do governo e pesquisadores proble-

matizaram alguns questionamentos levantados pelos pesqui-

sadores que forma: estrutura, funcionamento e organização do

sistema; qual o papel da comunidade nos processos; a impor-

tância do controle social no sistema. Liz que era conselheira

do OP e do conselho municipal de saúde quando questionada

sobre o envolvimento da comunidade nos processos desta-

ca a importância das lideranças no processo de mobilização

ao cobrar a participação da comunidade e seu envolvimento

nos processos. Ela também ressalta o papel do controle social

como algo central e que a população necessita estar engajada

e apropriada do funcionamento da gestão pública.