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químicos e o cimento de amianto (MOREIRA, 2010).

A concepção de um projeto bem elaborado, gerado a partir de estudos prévios, com

objetivos bem definidos, contribuem para um processo construtivo mais eficiente, pois

quando nascido dentro de um contexto multidisciplinar, com profissionais de diversas áreas

envolvidos e uma compatibilidade de projetos bem resolvida, a execução torna-se mais limpa,

evitando-se erros, retrabalhos e por consequência, menos resíduos.

Durante a fase de construção, a maioria dos detritos produzidos é resultante de falhas

nos processos executivos. A capacitação técnica do profissional e soluções tecnológicas

contribui positivamente para a não geração desses resíduos, evitando sobras e desperdício de

materiais.

O desperdício em canteiros de obras é um hábito antigo, mas a interferência do setor

no contexto social e ambiental despertou preocupações relacionadas a tais práticas. A Lei

8.078 (Código do consumidor), a Lei 7.347 (Agressão ao meio ambiente) e a Lei 8.137

(Crimes contra as relações de consumo), fizeram com que houvesse um maior controle de

qualidade na construção civil e a busca da diminuição das perdas por desperdício com

aplicação de técnicas de Deming, Ishikawa, Juran, Crosby, dentre outras.

5.3

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Resíduos de construção e demolição são um grande problema na sociedade moderna,

uma vez que representam de 25% a 30% de todo os resíduos sólidos gerados anualmente.

Internacionalmente, resíduos de construção e demolição são uma das principais fontes de

resíduos. A gestão adequada desses resíduos é um dos pilares da Estratégia de 2020, "Roteiro

para uma Europa eficiente em termos de recursos". O objetivo é que a sociedade europeia seja

eficiente na utilização do sistema 3Rs, em que a redução ou prevenção é a primeira escolha de

gestão, seguido de reutilização e reciclagem, valorização (incluindo valorização energética) e

eliminação por último (depósito em aterros sanitários, entre outros) (RODRIGUEZ

et al.,

2015).

Abdelhamid (2014) enfatiza que os resíduos gerados a partir de construção e

demolição são considerados um dos maiores problemas no Egito quando a questão é a sua

gestão. Algumas melhorias foram feitas ou estão em desenvolvimento nos últimos 10 anos,

onde alguns códigos relacionados a tal questão estão agora em fase de desenvolvimento,

como, por exemplo, o Código de Construção Verde e do Código de Reciclagem de Resíduos

Sólidos, e o mais importante é a emissão

Green Pyramids Rating System

(GPRS). Neste caso,

os materiais reutilizáveis, como aço, são usados novamente em construção ou são vendidos

para o mercado como lixo, enquanto os resíduos não recicláveis são transferidos para o local

mais próximo para despejo em aterro e os recicláveis são transferidos para a estação de

reciclagem. A principal vantagem dessa escolha é a segregar o resíduo assim que é gerado, o

que cria, consideravelmente, resíduos limpos. Isto leva diretamente para menos despesa na

fase de tratamento. Por isso, esta abordagem promove o projeto para ser qualificado para o

GPRS. No entanto nessa abordagem um empreiteiro com uma experiência passada na gestão

de resíduos é preferível e os trabalhadores devem ser treinados nas técnicas corretas de coleta,

manuseio e separação dos resíduos (ABDELHAMID, 2014).

No Brasil, a quantidade de resíduos sólidos da construção civil gerada atualmente é

preocupante, onde a expansão dos impactos por eles causados no meio urbano mostra que

uma medida emergencial precisa ser tomada. O planejamento e gerenciamento desses

resíduos poderão reduzir de forma significativa esses impactos por meio da reutilização,

reciclagem e/ou seu destino apropriado, fazendo com que ocorra a melhoria da produtividade

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