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EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

tiva, reafirma-se o que diz Santos (2007, p.27), “[...] está em

curso a globalização neoliberal da universidade”.

Para Gramsci (1999) existe “hegemonia” quando uma

classe dominante não só é capaz de obrigar a uma classe

subordinada a conformar-se a seus interesses, senão que

exerce uma “autoridade social total” sobre essas classes e

a formação social em sua totalidade, quando as frações de

classe dominante não só dominam, senão dirigem e con-

duzem. Assim, de acordo com o autor (1989), a filosofia he-

gemônica determina a direção da história e da sociedade,

sob a égide de uma cultura que se transforma em um senso

comum, em que as ideologias subjacentes às concepções de

mundo, estabelecidas pelo grupo em ascensão, conduzem

ao fanatismo (endeusamento dos “produtos” do mercado

capitalista).

Neste viés, a “sociologia hegemônica” entende a Edu-

cação como serviço e a universidade é concebida como apa-

relho do Estado, servindo às políticas e burocracias da classe

dominante. Mas, é possível a resistência por meio da “so-

ciologia contra-hegemônica”, em que compreende a Edu-

cação como direito, a universidade como espaço da univer-

salização dos saberes, da

produção intelectual dos setores

populares, da justiça epistemológica e da intercientificidade

(diálogo de saberes).

O desafio está posto, se faz necessário definirmos que

universidade queremos, recuperando-a como um bem pú-

blico, em que ocorre a democratização do acesso, da per-

manência e da tomada de decisões. A universidade como

um bem público que desenvolve ensino, pesquisa e exten-

são com compromisso e responsabilidade social.

Assim, almejamos uma sociedade liberta das metas e

das ideologias selvagens do capital, uma educação política

e não apolítica, capaz de contribuir para a emancipação dos

cidadãos, uma formação crítica e humanizante.

Nesse sentido, se faz necessário, assumirmos uma

postura política e epistemológica, conforme Gramsci (1989),

da crítica ao dogmatismo das verdades absolutas que são