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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 6 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E ALFABETIZAÇÃO

com uma prática educativa que atenda aos interesses domi-

nantes, para realizar uma

práxis

pedagógica na educação de

adultos que seja coerente com uma

pedagogia libertadora.

Para garantir um processo educativo que atenda aos

interesses dos trabalhadores é necessário romper com a di-

cotomia entre o pensar e o fazer, e garantir que tal processo

tenha como ponto de partida e de chegada o mundo do

trabalho, da cultura, das múltiplas formas como os traba-

lhadores produzem sua existência. Para Gaudêncio Frigotto

e outros educadores do campo crítico, é necessário resgatar

o trabalho como princípio educativo e isso está para além

do trabalho como método pedagógico (FRIGOTTO, 2012).

Trata-se de compreender o trabalho como direito e dever

de todos, de educar para a

conscientização

de que ninguém

deve ser detentor de privilégios a partir da exploração do

corpo do outro. É necessário o resgate ontológico da cate-

goria trabalho como aquele que define o modo humano de

existência, que produz a materialidade da vida e a consciên-

cia do ser social.

Partindo dessas concepções, fomos construindo um

processo educativo que não é neutro, pois a educação e os

educadores, como nos dizia Paulo Freire (FREIRE, 1996), não

são passíveis de neutralidade. Buscamos assim uma práti-

ca integradora, em busca de uma educação que abrange a

educação corporal, científica e tecnológica, compreenden-

do todas as dimensões do ser humano numa perspectiva

omnilateral (FRIGOTTO, 2012). Compreendemos que os alu-

nos do Compartilhar são fruto dessa divisão entre trabalho

e educação, entre trabalho manual e trabalho intelectual,

não conseguindo perceber relação entre as suas atividades

profissionais, que são braçais, e os conteúdos curriculares

do ensino formal. Assim buscamos ressignificar os conhe-

cimentos trabalhados em sala de aula, a fim de que esses

pudessem dialogar e ser parte indissociável do mundo do

trabalho.

No trabalho interdisciplinar entre as áreas de Educação

Física e História, remontamos à origem da Educação Física