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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO

criminalização da luta e pelo justo financiamento do Estado

(

http://www.mabnacional.org.br/materiais/280211_panfle to_8marco_rs.pdf)

.

Portanto, retomando a compreensão de que a mate-

rialidade da vida e das relações está articulada com a vi-

são social de mundo que homens e mulheres reproduzem,

é preciso atenção em não apenas simplificar a opção pela

agroecologia como o fim de toda discriminação social, eco-

nômica, política que atinge as mulheres e, assim, por si só

emancipador. Pois estamos imersos numa sociedade cons-

tituída histórica e sociologicamente em bases patriarcais,

na qual os sujeitos estão interccionados pelo tripé gênero/

classe/raça sendo afetados de formas múltiplas por isto

(SAFFIOTI, 2015) e, neste sentido, a agroecologia, enquan-

to opção de vida e novas relações dentro da EFASC precisa

gradativamente problematizar todas as pontas das relações

homem/mulher/mundo através do diálogo comprometido,

problematizador e desafiador da realidade, da “presença

curiosa do sujeito em face do mundo” (FREIRE, 1982, p. 27).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A trama político pedagógico tecida na articulação mu-

lheres e agroecologia a partir da opção de uma práxis edu-

cativa libertadora freiriana na EFASC nos faz compreender o

quanto de resistência permeia o cotidiano de quem escolhe

caminhar pelas trilhas de uma proposta educacional que su-

pera as trincheiras pedagógicas avançando pela problema-

tização em naturalizações sedimentadas no e pelo contexto

sócio-político-econômico alicerçado numa agricultura em-

basada na monocultura do tabaco.

É uma monocultura que reflete e legitima outras mo-

noculturas, como aponta Santos (2002): monucultura do sa-

ber, do tempo, da naturalização das diferenças, da lógica

dominante e da produtividade. E que a partir de um ambien-

te educativo problematizador embasado em uma pedago-

gia humanizadora, operacionalizada na identificação, com-

preensão e valorização da diversidade de saberes existentes