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EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO: RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

na experiência humana de ser do MST ou fazer-se uma iden-

tidade própria: Sem Terra.

O Movimento é a nossa grande escola, dizem os Sem

Terra. Porém, que aprendizados pessoais e coletivos entram

em jogo em cada uma delas? A educação do MST começa

com seu “enraizamento em uma coletividade que não nega

o seu passado, mas projeta um futuro que eles mesmos

poderão construir” (ARROYO, CALDART e MOLINA, 2011).

Assumirem um papel como sujeito de uma reflexão perma-

nente sobre as práticas do MST, extraindo dela as lições de

pedagogia que permitem fazer (e transformar) em cada es-

cola, e do seu jeito, o movimento pedagógico pautado na

formação indenitária dos sujeitos Sem Terra, aliados a for-

mação humana. Constituir-se como uma identidade coletiva

é um dos elementos apontados teoricamente como sendo

próprios da definição de um movimento social (CALDART,

2012, p. 330).

CALDART (2012, p. 333) também aponta os movimen-

tos pedagógicos básicos: pedagogia da luta, pedagogia da

organização, pedagogia da coletividade, pedagogia da ter-

ra, pedagogia do trabalho e produção, pedagogia da cultura

e pedagogia da história. Em suma, essas pedagogias consti-

tuem-se um novo jeito com as pedagogias já construídas na

formação humana. Porém, é importante ressaltar que o MST

não segue uma pedagogia, eles se constituem-se como su-

jeitos pedagógicos através de muitas pedagogias, produzin-

do uma síntese pedagógica que não é original, mas também

não é igual a nenhuma pedagogia já proposta.

A interlocução do MST com a educação culminou

na criação das Licenciaturas em Educação do Campo, têm

como objeto a escola de Educação Básica, com ênfase na

construção da Organização Escolar e do Trabalho Pedagó-

gico para os anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino

Médio. Os cursos objetivam preparar educadores para, além

da docência, atuar na gestão de processos educativos es-

colares e na gestão de processos educativos comunitários.

Segundo MOLINA (2015, p. 152)