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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 15 – PAULO FREIRE E AS INFÂNCIAS

como mamãe, papai, como eu que já estou ficando

de barba branca, a gente precisa brincar, Só que o

brinquedo da gente grande, às vezes, não é igual

ao dos meninos. E também tem gente grande que

fica zangada quando os meninos querem brincar.

Essa gente grande se esqueceu de quando era me-

nino. Brincando a gente aprende muito, mas é pre-

ciso também estudar seriamente. O jeito que tem é

equilibrar o brinquedo com o estudo. Espero que

vocês façam sempre assim (2016, p. 64-65)

A SEXTA CARTA – OUTUBRO DE 1969

Na sexta e última carta, ele expressa a falta que sente

de conversar com Nathercia, pois já fazia muito tempo que

não se escreviam, mas ressalta: “Quando se é amigo não

se contam as cartas, nem tempo, nem nada. A amizade da

gente esta acima de tudo” (2016,, p.68). Demonstrando seu

afeto por ela, e a delicadeza que ele tinha ao escrever, lhe

diz que a amizade está acima de tudo. Ele usa a palavra

lin-

deza

para falar sobre as folhas amareladas, amarelo-verdes,

roseas, do outono, em Cambridge onde estava morando,

neste ano. Fala sobre a neve, do frio que era muito maior do

que Santiago. Pergunta como ela estava nos estudos, man-

da beijos e abraços para os familiares e pede que diga a eles

que “está sempre pensando em todos” (2016, p.69). Junto à

carta, enviou um cartão dos primeiros homens a pisar na lua.

Envia o endereço particular, o qual quase não aparece, por

estar escrito com caneta mais clara, para manter o máximo

sigilo possível, afinal a ditadura do Brasil ainda perseguia,

triste e perversamente Paulo Freire.

OS FIOS CONTÍNUOS DA VIDA

Dez anos depois da sexta carta compartilhada nesta

obra, Paulo Freire pôde voltar ao Brasil. Escreve, assim, Na-

thercia, relembrando esse momento:

No ano de 1979, alguns exilados políticos puderam,

finalmente, voltar ao Brasil. Entre eles, Paulo. Na-