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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1997

EIXO 12 – PAULO FREIRE E EDUCOMUNICAÇÃO

educandos pela abertura ao diálogo em sala de aula e isto

só acontecerá se rompermos com o autoritarismo e o per-

missivismo da educação tradicional. Freire (2005) fala sobre

os educandos perceberem as contradições e os antagonis-

mos sociais em que vivem com o tipo de

educação bancária

em que nossa sociedade está firmada.

(...) acontece que o contexto contemporâneo é

marcado pela utilização massiva das tecnologias

em múltiplas instâncias sociais, o que vem causan-

do nas esferas formativas o produtivismo, a buro-

cratização e a formalização das ações pedagógicas,

que aderem a pressões para a eficácia (medicamen-

talização das crianças para manter o controle de

turmas enormes), assim como a burocratização das

tarefas que provoca sobrecarga de trabalho, a inse-

gurança nas relações de trabalho, que gera danos

emocionais e conformismos incompatíveis com a

arte de educar e (re)criar. As instituições de ensino,

nesse cenário tecnológico, continuam a reproduzir

os métodos tradicionais de educação dos séculos

XIX e XX, em que professores e estudantes ficam

confinados, apassivados e limitados em espaços

rígidos de reprodução dos conhecimentos. (HABO-

WSKI, CONTE, 2018, p.5)

Acreditamos que muitos destes estudantes percebem

tal descontentamento social, mas é na busca pelo conheci-

mento que vai além das aparências, que o oprimido (tecno-

logicamente) alcançará sua libertação e emancipação, não

só individual mas coletivamente. “É que se os homens são

estes seres da busca e se sua vocação ontológica é huma-

nizar-se, podem, cedo ou tarde, perceber a contradição em

que a ‘educação bancária’ pretende mantê-los e engajar-se

na luta pela sua libertação”. (FREIRE, 2005, p. 86).

O aprender por meio do diálogo na sociedade da

informação torna-se uma prática social libertadora se a

mudança iniciar no próprio outro que desmascara a ins-

trumentalização técnica, quando é empreendida por todos

os participantes na práxis coletiva e emancipadora em um

contexto de convivência reflexiva e mútua, de abertura ao