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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

1805

EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

tre professor, estudante e sociedade. Dedicada aos que

são referidos como “os oprimidos” e baseado em sua ex-

periência empírica, experiência que ajudou adultos a

aprender a ler e escrever, Freire inclui uma detalhada

análise sobre a classe em sua exploração da relação en-

tre os que ele chama de “colonizador” e “colonizado”.

Pierre Bourdieu, sociólogo francês, defende, de modo segu-

ro e confiante, que existe uma relação entre desempenho

escolar e origem social. Os indivíduos podem acumular ca-

pitais, não econômicos, mas sociais. Esses podem ser social,

cultural, econômico e simbólico. Por conseguinte, a cultura

são os valores e significados que orientam e dão personali-

dade a um grupo social. Já capital cultural é uma metáfora

criada por Bourdieu para explicar como a cultura, em uma

sociedade dividida em classes, transforma-se em uma espé-

cie de moeda que as classes dominantes utilizam para acen-

tuar as diferenças.

Hannah Arendt, filósofa e política alemã, uma das mais

influentes do século XX, parte do princípio de que a polí-

tica se baseia no fato da pluralidade entre homens e mu-

lheres, defendendo a relação entre os diferentes, não dos

iguais. A política vem ao encontro da ideia de liberdade, as-

sim como a própria razão de viver está ligada à liberdade e

à criticidade.

Vivemos em uma realidade forjada pelos pressupos-

tos neoliberais, os quais apresentam uma boa oportunida-

de à realização de condições, que desumanizam homens e

mulheres, podendo impeli-los/as a enveredar por um mo-

vimento de luta para superá-las, em busca de sua huma-

nização. A proposta de um processo educacional ou, até

mesmo, de um sistema de educação evidencia o necessário

acento na perspectiva histórica, cultural e política e, nesse

movimento, reconhece e denuncia a contradição, que é a

desumanização. Apresentando ao ser humano como ser no

mundo e com o mundo, num contexto real, concreto, sus-

tentador da negatividade e da sua condição de ser mais

(FREIRE, 2003).