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EIXO 11 – PAULO FREIRE EM DIÁLOGO COM OUTROS(AS) AUTORES(AS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

estudo e o trabalho não alienado. Esclarecer a participação

do seu estudo no trabalho e sua própria participação em

ambos. Não se trata de uma maneira impositiva, mas sim

uma ação dialética de se construir a compreensão acerca da

importância da relação do estudo com o trabalho feito por

quem se constitui como sujeito histórico

8

.

É importante salientar a questão da liberdade do es-

tudante relacionada ao seu ato produtivo em seu trabalho

participativo. Ao conscientizar-se conquista a liberdade de

aplicar seu trabalho no que o próprio estudante pode mais

se identificar, ou seja, das mais diversas áreas que se tra-

balha e se constrói, ter a liberdade de voltar-se para a que

lhe toca pessoalmente, realizar-se como pessoa, através de

seu trabalho. Ser sujeito histórico lhe remete ao seu terri-

tório, seu povo e sua cultura, mas não lhe caracteriza como

hegemônico em suas individualidades - o que, ainda como

coletivo, lhe distingue como indivíduo - pelo contrário, esta

hegemonia que falamos é promovida pelos agentes que tra-

balham pela globalização, que, em pele de cordeiro, aparen-

ta uma boníssima causa de integração econômica, social e

cultural internacional, mas, que através de um olhar crítico,

vê-se o lobo na relação de poder que há entre os países

globalizados, montados em sua cultura de massa, a galopes

mais que rápidos na atividade de dominar até mesmo so-

nhos e desejos de todo e qualquer ser humano que se possa

ser alcançado, manipulando assim as demandas dos povos

e nações com poder econômico inferiores dentro da relação

de globalização, criando a ilusão da plena possibilidade de

busca de uma particularidade a ser feita através de sua liber-

dade individual quando há, na verdade, uma padronização

de demandas pessoais, uma similitude proposital dos que-

reres de cada indivíduo. Caracterizando o que Paulo Freire

reconhece como invasão cultural:

Desrespeitando as potencialidades do ser a que

condiciona, a invasão cultural é a penetração que

fazem os invasores no contexto cultural dos invadi-

8

Como discute Paulo Freire em Cartas à Guine-Bissau, p. 64.