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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 5 – PAULO FREIRE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E TRABALHO

REFERENCIAL TEÓRICO

A construção do referencial atende a necessidade da

temática da pesquisa intervencionista com base nos concei-

tos de gênero e raça, nas relações que permeiam o ambien-

te educativo do contexto da EJA.

É preciso compreender que classe informa a raça.

Mas raça, também, informa a classe. E gênero in-

forma a classe. Raça é a maneira como a classe é

vivida. Da mesma forma que gênero é a maneira

como a raça é vivida. A gente precisa refletir bas-

tante para perceber as intersecções entre raça,

classe e gênero, de forma a perceber que entre es-

sas categorias existem relações que são mutuas e

outras que são cruzadas. Ninguém pode assumir a

primazia de uma categoria sobre as outras. (Davis,

2016, p.12-13)

Ambas as categorias estão presentes nas salas de

aula, portanto são fundamentais nas intervenções pedagó-

gicas para que ocorra a tomada de consciência necessária

no processo de emancipação destas mulheres. Entretanto,

embora sejam frustradas as memórias frente a esta constru-

ção de direito, esses movimentos de tomada de consciência

na educação precisam ser propagados para que de fato te-

nhamos a transformação social também para as mulheres

negras.

Segundo Adichie (2017, p. 26):

Os estereótipos de gênero são tão profundamente

incutidos em nós que é comum os seguirmos mes-

mo quando vão contra nossos verdadeiros desejos,

nossas necessidades, nossa felicidade. É muito difícil

desaprendê-los, e por isso é importante cuidar [...]

Aprendemos a ser homens e mulheres e lá pelas tan-

tas passamos a questionar a forma com que ocorreram

estas aprendizagens, carregadas de determinações que se

empenham em nos direcionar a como a este ser mulher ou

homem. Insistimos na importância das intervenções que

problematizem estas formas de ser, garantindo que os mar-