Table of Contents Table of Contents
Previous Page  475 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 475 / 2428 Next Page
Page Background

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

475

EIXO 4 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DO CAMPO:

RESISTÊNCIA E CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS

expressou uma sociedade com elevados índices de analfa-

betismo funcional, marginalizando estes indivíduos analfa-

betos. Por outro lado, “no segundo grupo, a educação foi

um instrumento de discriminação social, logo, um fator de

marginalização” (SAVIANI, 2003, p. 04). A educação (ainda)

assume um papel de produtora da marginalização, pois

produz a marginalidade cultural e de maneira específica a

escolar. Portanto, a educação sempre possui uma dimen-

são política tenhamos ou não consciência disso e assume

um caráter educativo e político para a educação e este só

cumpre seu papel quando permite a formação integral do

indivíduo.

As décadas de 1960 e 1970, no Brasil, foram momen-

tos marcantes. Com o avanço da Ditadura militar, houve

uma maior penetração do capital internacional na eco-

nomia, resultando num crescimento das contradições do

capital nacional-desenvolvimentista (FERREIRA e BRAN-

DÃO, 2011). Nesse contexto ditatorial, houve o aumento

dos movimentos operário e camponês, o surgimento de

partidos de esquerda e de grupos e entidades que almeja-

vam não só a transformação estrutural da sociedade, mas

também o comprometimento de alguns setores das Igrejas

com as lutas sociais. Além disso, o crescimento e a difusão

de experiências que viam na educação foi um dos instru-

mentos que proporcionaram uma maior conscientização

política e social e uma participação transformadora das

estruturas capitalistas presente na sociedade brasileira. A

“educação rural”, na contramão da educação do campo,

apresenta caráter manipulador e controlador da consciên-

cia sócio-política, visando à preparação de mão-de-obra

para a indústria, o comércio, o agronegócio e o mercado

sucroalcooleiro. Houve uma forte intervenção do Estado,

tanto na política, quanto na economia e na agricultura. A

intervenção do Estado teve como objetivo baratear os pre-

ços dos alimentos e das matérias primas da agroindústria,

aumentando a produção agrícola, tendo com isso aumento

na exportação (QUEIROZ, 2011).