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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 13 – PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO, SAÚDE E CIDADANIA

ção professor-aluno). O diálogo é o encontro entre os ho-

mens, intermediado pelo mundo, para nomear esse mundo.

Se é por meio da palavra, ao nomear o mundo, que os ho-

mens o transformam, o diálogo se impõe como o caminho

pelo qual os homens encontram o significado de serem ho-

mens. Logo, o diálogo se constitui como uma necessidade

existencial [...] não pode se limitar ao fato de uma pessoa

“depositar” ideias em outra, como também não pode se tor-

nar uma simples troca de ideias, que “seriam consumidas”

por aqueles que estão conversando. Também não consiste

numa discussão hostil [...] na imposição da própria verda-

de. (FREIRE, 2016, p. 135-136). O diálogo representa uma

importante forma de interação entre professor e aluno, e

essa interação não pode ser constituída de forma autoritá-

ria, buscando a qualquer custo uma opinião como sendo a

única verdadeira, ou ainda esse diálogo sendo apenas uma

conversa sem qualquer análise crítica. Entramos assim em

outro campo, onde se deve buscar a mudança da curiosida-

de ingênua para a curiosidade epistemológica. A curiosida-

de ingênua se refere à curiosidade do senso comum, como

por exemplo, a procura por saber conhecer algo novo como

o surgimento do Universo. A curiosidade é essencial para a

construção do conhecimento, mas não devemos ser levados

apenas pela nossa satisfação ou buscar satisfazê-la naquilo

que encontramos de imediato.

Como professor devo saber que sem a curiosidade

que me move, que me inquieta, que me insere na busca,

não aprendo nem ensino [...] com a curiosidade domesticada

posso alcançar a memorização mecânica do perfil deste ou

daquele objeto [...] A construção ou a produção do conheci-

mento do objeto implica o exercício da curiosidade, sua capa-

cidade crítica de “tomar distância” do objeto, de observá-lo,

de delimitá-lo, de cindi-lo, de “cercar” o objeto ou fazer sua

aproximação metódica, sua capacidade de comparar, de per-

guntar.

O termo consciência tem os mesmos aspectos que

a curiosidade discutida anteriormente, sendo a consciência

ingênua aquela que interpreta os problemas de modo sim-