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XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

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EIXO 2 – PAULO FREIRE:

MEMÓRIA,

REGISTRO, IDENTIDADE E ACERVO

O objetivo deste artigo é, então, apresentar uma re-

flexão teórica sobre os círculos de cultura, derivados do

movimento de alfabetização fundamentado e proposto por

Paulo Freire, realizados no Rio Grande do Sul, comentan-

do sobre a presença do educador no mesmo. Este objetivo

se complementa com o que foi apresentado como objetivo

deste eixo temático: “provocar a curiosidade e o desejo de

realização de pesquisas que contribuam para o cultivo da

memória de Paulo Freire”.

REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico utilizado para fundamentar as

construções iniciais que este artigo propõe refere-se ao

pensamento freiriano acerca da educação. Portanto, pen-

so ser importante iniciar escrevendo sobre a concepção do

educador acerca deste conceito.

Para Paulo Freire o ser humano é um ser histórico,

inacabado, inconcluso

4

, mas quando consciente de sua in-

conclusão, é também capaz de (re)construir-se constante-

mente. Esta consciência é o que impulsiona para a busca do

ser mais, vocação ontológica do ser humano (FREIRE, 2000,

2005) a qual é realizada pela educação. Isto também permi-

te pensar a realidade como igualmente inacabada, situação

que traz a esperança para a construção de um novo futuro

(GADOTTI, 2007). Através desta busca por ser mais e desta

esperança, o ser humano se empenha para a transformação

da sociedade.

Porém, somente a educação libertadora acompanha a

esperança que vem da possibilidade de transformação. Frei-

re (1983) afirma que a educação deve ser libertadora, tendo

como um de seus objetivos a conscientização. Por meio des-

ta, percebendo a si mesmo e ao mundo em que se encontra,

o ser humano começa a buscar uma nova forma de agir, que

o transforma ao mesmo tempo em que transforma o mundo

4

Freire (2004, p. 39) justifica ao dizer: “eu acho que inclusive nenhum de nós

é. Eu acho que nós estamos sendo, ou não sendo historicamente. Eu uso os

verbos no gerúndio, para marcar a processualidade histórica”.