Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo
No modelo, está claro que não se trata de negar à tec-
nologia um lugar no processo, mas sim de localizá-la como fonte
dos discursos tecnodeterministas. Esta crítica está apresentada
especialmente no capítulo 1, sobre a convergência. Este lugar, na
formulação de Bernard Miège, está relacionado, antes de tudo,
com a produção de informação – conceituada como informacio-
nalização. Porém, nem tudo que é informação remete aos pro-
cessos midiáticos e à midiatização. Esse deslocamento demanda
a mediação do espaço público. Nessa perspectiva, quando fala
em ampliação do domínio midiático, Miège reconhece que as
inovações das tecnologias de informação e comunicação estão
transformando as relações entre espaço privado e espaço públi-
co. Esse trânsito, afirma ele, entretanto, deve ser especificado:
conforme os campos sociais e o processo de mercantilização da
comunicação, a generalização das relações públicas, a diferen-
ciação das práticas sociais e a transnacionalização dos fluxos in-
formacionais. Essas especificações são abordadas no capítulo 2.
Os dois capítulos sintetizam o conjunto de questões
abordadas no seminário. O que destacamos, em suas perspec-
tivas, é uma forma inovadora de refletir dentro da linhagem de
pesquisa conhecida como economia política da comunicação. A