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ANALISE DOS REQUISITOS AMBIENTAIS E OPERACIONAIS EM

UMA UNIDADE DE RECICLAGEM DE PEQUENO PORTE

(LAÍS C.

BOAVENTURA SANTOS, LUCIANO MATOS QUEIROZ, VIVIANA MARIA

ZANTA)

RESUMO

:

As unidades de reciclagem de resíduos da construção civil (RCC) no Brasil são, em geral,

unidades de médio e grande porte, e atendem grandes geradores públicos ou privados,

utilizando um maior número de equipamentos, ocupando grandes áreas e localizando-se em

pontos fixos no espaço urbano. Unidades de menor porte com processos mais simples

conferem mobilidade a instalação, permitindo uma maior proximidade da fonte geradora ou

bacia de captação de RCC e possíveis locais de utilização. Poucos estudos são encontrados na

literatura sobre essas unidades. Esse artigo busca analisar o desempenho ambiental e

operacional de uma unidade de reciclagem de pequeno porte (URPP) de RCC, localizada em

canteiro de obras, por meio de indicadores de desempenho ambiental e operacional. O

trabalho consistiu na seleção de indicadores aplicáveis ao objeto de estudo e sua utilização

para análise do desempenho operacional e ambiental da unidade. A URPP investigada quanto

a ruído e emissão de material particulado atendeu aos padrões ambientais legais e apresentou

baixo consumo de energia e água. Os indicadores de desempenho operacional indicaram que

se uma maior quantidade de RCC classe A for direcionada para a reciclagem e o turno de

operação for de 8 horas, desempenho da URPP será satisfatório.

Palavras-chave:

Resíduos da Construção Civil. Reciclagem.Desempenho. Indicadores.

4.1

INTRODUÇÃO

A destinação adequada dos RCC é estabelecida pela Resolução CONAMA n° 307

(Brasil, 2002), de acordo com seu potencial de reaproveitamento, priorizando a reutilização e

a reciclagem.

A reciclagem é uma opção de destinação adequada para os RCC, que está inserida nos

princípios da sustentabilidade e da ecoeficiência na construção civil. O aproveitamento dos

RCC diminui a extração de recursos naturais, contribuindo para a conservação dos biomas,

reduzindo os custos para aquisição de agregados naturais e aumentando a vida útil dos aterros.

Leite (2001), Jadovski (2005) e Duarte e Lima (2007), classificam unidades de

reciclagem como sendo de primeira, segunda e terceira geração, que se diferenciam entre si

pelos diferentes processos envolvidos e equipamentos utilizados para eliminação das

impurezas dos RCC e, consequentemente, pelo produto reciclado gerado no processo. Uma

planta de primeira geração apenas possui dispositivos para retirada de barras de aço e outros

materiais metálicos, enquanto que uma planta de terceira geração visa à remoção total de

contaminantes dos resíduos, envolvendo diferentes tipos de processos e dispositivos.

Segundo a NBR 15.114 (ABNT, 2004)

área de reciclagem de RCC é aquela “área

destinada ao recebimento e transformação de RCC classe A, já triados, para produção de

agregados reciclados”. Pinto e Gonzalez (2005) dizem que a área de reciclagem de RCC

inclui os processos de trituração e peneiramento dos resíduos de concreto, alvenaria,

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