Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1062 / 2428 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1062 / 2428 Next Page
Page Background

1062

EIXO 7 – PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO POPULAR (AMBIENTES DIVERSOS)

XX FÓRUM DE ESTUDOS: LEITURAS DE PAULO FREIRE

DE 03 A 05 DE MAIO DE 2018, UNISINOS – SÃO LEOPOLDO/RS

Freire aos professores

5

: ensinar, aprender, teoria, prática,

experiências, leitura e escrita, é reafirmar atualidade de seu

pensamento Paulo, pois provoca para uma discussão que

toma por base a educação como um ato político, ou seja,

um ato de compromisso e de responsabilidade. Você afir-

mou que é preciso desmistificar a neutralidade do processo

educativo, que leva a negação da sua natureza política.

Em

suas palavras é impossível, de um lado, uma educação neu-

tra, de outro uma prática política esvaziada de significação

educativa.

No momento histórico de meados de 1950, desta-

co o surgimento de uma proposta diferente de alfabetizar,

construída por você Freire, através de círculos populares de

cultura. Um ideal que proporcionou através da sistematiza-

ção de experiências o que conhecemos hoje como educação

popular.

Ocorre que o analfabetismo naquela década, era visto

como causa do subdesenvolvimento no país e o analfabeto

considerado um sujeito incapaz, excluído do direito de vo-

tar, além disso, o trabalho de alfabetização com esses adul-

tos era oferecido de forma infantilizada. [...] O analfabetismo

é uma das expressões concretas de uma realidade social in-

justa. (FREIRE, 1976).

E hoje? Qual a justificativa para uma alarmante esta-

tística sobre analfabetismo? Caro Freire, qual sua decepção

diante dos rumos da nossa Educação...

Reafirmar àquela proposta conscientizadora de alfa-

betização de adultos, cujo princípio básico é a leitura do

mundo e as experiências do educando, é partir da realidade

de vida do aluno para o aprendizado da técnica de ler e es-

crever em uma visão crítica do contexto. Em suas palavras [...]

o domínio sobre os signos linguísticos escritos, mesmo pela

5

Esta carta foi retirada do livro Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa

ensinar (Editora Olho D’Água, 10ª ed., p. 27-38) no qual Paulo Freire dia-

loga sobre questões da construção de uma escola democrática e popular.

Escreve especialmente aos professores, convocando-os ao engajamento

nesta mesma luta. Este livro foi escrito durante dois meses do ano de 1993,

pouco tempo depois de sua experiência na condução da Secretaria de

Educação de São Paulo.